A bancada de Roraima destinou R$ 52,4 milhões para o Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras), organização que é alvo de investigações por suspeitas de superfaturamento e desvio de recursos.
Entre os contratos questionados está um projeto do Ministério das Mulheres, no qual a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou superfaturamento de R$ 171 mil em lanches para um curso em Palmas (TO).
O instituto também foi contratado para organizar a Expoferr 2023, feira agropecuária de Roraima que custou R$ 16,9 milhões e gerou apontamento de sobrepreço de R$ 3,3 milhões pelo Tribunal de Conta de Roraima (TCE-RR).
A maior parte dos recursos, R$ 25,8 milhões, foi destinada pelo deputado Pastor Diniz (União-RR) para qualificação profissional no Estado. O restante foi destinado para projetos financiados pelos ministérios do Trabalho, Esporte e Pesca.
Segundo a CGU, o Ibras não possui regimento interno, não tem funcionários fixos e é controlado por pessoas com vínculos na política de Roraima. Parte da diretoria já atuou em gabinetes de deputados e na Assembleia Legislativa (ALE-RR).
O coordenador da bancada, senador Dr. Hiran (Progressistas), afirmou que as emendas foram definidas coletivamente. Já o Ibras nega irregularidades e diz que os apontamentos não configuram sanções definitivas.
Com informações de André Shalders/Estadão