A maioria dos passageiros que enfrenta atrasos, cancelamentos ou problemas com voos em Roraima opta por não entrar na Justiça, mesmo diante de prejuízos. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa nacional divulgada nesta segunda-feira (29) pelo Ministério Público (MPRR).
O levantamento foi realizado pela Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor (MPCON), entre 12 e 25 de agosto, com entrevistas em 19 aeroportos brasileiros. Em Boa Vista, os dados foram colhidos entre 12 e 14 de agosto, com apoio do promotor de Justiça Adriano Ávila e de instituições de defesa do consumidor locais.
Dos 986 passageiros ouvidos em todo o país, 472 relataram falhas em voos desde 2023. No entanto, mais de 80% não buscaram a Justiça. A maioria tentou resolver diretamente com as companhias ou com os órgãos de proteção ao consumidor.
Segundo os organizadores, o objetivo da pesquisa era medir o comportamento dos consumidores frente a problemas no setor aéreo. Dos que ingressaram com ações, quase 30% venceram todos os processos, enquanto outros 15% disseram ter tido vitórias parciais. Cerca de 36% ainda aguardam o desfecho.
O promotor Adriano Ávila avalia que os dados indicam uma grande insatisfação com as companhias aéreas, mas também um esforço dos consumidores para evitar judicialização. O estudo, segundo ele, é um retrato importante do cenário atual do transporte aéreo no Brasil.