O julgamento que pode afastar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR), Ednaldo Gomes Vidal, foi adiado pelo Conselho Federal da OAB nesta terça-feira (21). O processo envolve suspeitas de que Vidal teria recebido salários como servidor fantasma da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB), mesmo residindo em Boa Vista.
O caso tramita desde agosto de 2024, quando Vidal foi indiciado por falsidade ideológica e peculato pela Polícia Civil da Paraíba. O Conselho Federal questiona a incompatibilidade de Vidal exercer a advocacia enquanto recebia remuneração pública estadual, o que viola o estatuto da OAB.
Além deste processo, o Conselho adiou também quatro outras ações eleitorais contra Vidal, relacionadas à impugnação da chapa vencedora em 2024 e denúncias de condutas irregulares durante a campanha.
O julgamento foi suspenso após um pedido da defesa, que alegou não ter tempo para analisar uma petição com aproximadamente 250 páginas.
Os outros processos, marcados para 12 de novembro, tratam de supostos problemas na formação da chapa de Vidal, como desequilíbrio na paridade de gênero, participação de candidatos que ocupam cargos públicos comissionados e ausência do tempo mínimo exigido de advocacia para composição da chapa.
Ainda consta nos documentos que uma candidata da chapa concorre em lista sêxtupla para seleção de advogados no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR).
O inquérito aponta que Vidal recebeu ilegalmente 352 salários, totalizando mais de R$ 500 mil, e que o esquema funcionava com o envolvimento de outros servidores e diretores da unidade prisional da Paraíba onde ele estava lotado.
O presidente da OAB-RR nega as acusações, classificando-as como perseguição político-partidária. Vidal ocupa o cargo desde 2019 e foi reeleito em 2024.
