Sete associações Yanomami e Ye’kwana assinaram uma carta enviada ao governo federal criticando a condução da política de saúde indígena na Terra Yanomami. O documento aponta omissões do Ministério da Saúde, especialmente da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), e defende o retorno do modelo descentralizado, baseado na atuação da Saúde Urihi.
As lideranças denunciam que a gestão do Dsei-YY está sendo enfraquecida por interferências externas, como a definição centralizada de contratações pela AgSUS em Brasília, sem autonomia local. Também destacam a falta de dados sobre avaliações de desempenho, atrasos na entrega de centros de saúde e a não implementação do Manual da Fiocruz para populações contaminadas por mercúrio.
Um dos principais pontos da denúncia é o monopólio da Voare Táxi Aéreo, que opera os voos de transporte de insumos e remoções médicas.
A empresa é de propriedade da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e de seu marido, Renildo Evangelista Lima, ambos alvos da operação Caixa Preta da Polícia Federal, que investiga crimes eleitorais em Roraima.
Segundo as lideranças, a Voare aplica multas por atraso em pagamentos e lucrou R$ 96 milhões em contratos sem licitação.
O Ministério da Saúde respondeu que as ações seguem orientações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), com participação de representantes indígenas no processo de definição dos critérios de contratação.
Com informações do Metrópoles