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‘Indução ao erro’: empresa de consórcios suspeita de golpes é interditada em Boa Vista - FatoRRnotícias
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‘Indução ao erro’: empresa de consórcios suspeita de golpes é interditada em Boa Vista

Uma empresa suspeita de aplicar golpes ao induzir consumidores ao erro em contratos de consórcio foi interditada em Boa Vista, nesta quarta-feira (19), durante uma operação conjunta da Delegacia de Defesa do Consumidor (DDCON), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) e Guarda Civil Municipal (GCM).

Segundo o adjunto da delegacia, Eduardo Patrício, que preside as investigações, a empresa atuava como uma suposta intermediadora de consórcios.

“A prática era induzir os consumidores a erro, fazendo-os acreditar que estavam contratando um financiamento, quando, na verdade, estavam assinando um contrato de consórcio”, afirmou Patrício, acrescentando que ela se apropriava de quase 95% dos valores pagos como entrada pelos clientes.

Durante as investigações, constatou-se que a empresa não possui nenhum vínculo ou contrato com as administradoras de consórcio mencionadas nos contratos.

A DDCON trabalha com base no registro de 20 boletins de ocorrência de vítimas que procuraram a Polícia Civil, e as investigações estão em fase de conclusão.

“Estimamos que o faturamento dessa empresa, somente com os valores de entrada pagos pelos clientes, esteja entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão”, revelou o delegado.

A empresa atua desde 2021 e, para dificultar o rastreamento, vinha mudando o CNPJ.

Foi identificado também que os contratos com as administradoras de consórcio não eram confirmados pelos próprios clientes.

“Foram repassados dados que não pertenciam a eles, e terceiros acabaram confirmando esses contratos junto às administradoras”, explicou Patrício.

Para evitar cair em golpes semelhantes, o delegado orienta os consumidores a realizarem contratos diretamente com as administradoras de consórcio.

“A pessoa deve entrar em contato com a própria administradora e não com intermediários”, aconselhou. Ele também recomenda verificar no site do Banco Central se a empresa é realmente uma administradora de consórcio autorizada a comercializar cotas.

A interdição da empresa foi feita administrativamente pelo Procon. Ela tem prazo para recorrer da decisão tanto na esfera administrativa quanto judicial.

“A investigação criminal continua aqui na DDCON e está em fase de finalização, podendo resultar em indiciamento dos envolvidos”, concluiu Patrício.