O Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou 17 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que, segundo a acusação, comandavam uma rede de “lojinhas” de drogas no estado com faturamento de R$ 414 mil em quatro meses. A denúncia afirma que os integrantes usavam códigos para identificar cada tipo de droga e enviavam vídeos de auditorias a seus superiores, registrando lucros e movimentação de mercadorias.
O MPRR aponta duas lideranças: Rodrigo Alberto Xavier, conhecido como “Sorriso Maroto”, enviado de São Paulo para reorganizar a facção em Roraima; e sua namorada, “Kauany”, de 33 anos, líder do setor feminino e responsável pela loja “Rosinha”, que arrecadou R$ 36 mil. Xavier teria articulado ataques contra agentes de segurança.
Os pontos de venda tinham nomes de fantasia, como “Esperança”, “Império”, “Bad Boy” e “Las Vegas”. As drogas eram identificadas por apelidos: “Claro” (pasta base), “Peixe” (cocaína), “Vivo” (maconha prensada) e “Oi” (skunk). Os gerentes ficavam com até 30% dos lucros.
Segundo o MPRR, a célula em Roraima era ligada ao setor nacional da facção chamado “FM – Progresso”. As provas foram extraídas do celular de um suspeito preso com 14 aparelhos que seriam distribuídos entre gerentes.
Presos em outubro
A denúncia ocorre após a Operação Sucursal, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Roraima (FICCO/RR), deflagrada em 2 de outubro. A ação apontou que as lojinhas vendiam crack e drogas sintéticas como K9 e operavam em esquema semelhante a franquias.
As investigações indicaram que, mesmo com prisões, o grupo repunha rapidamente seus gerentes. A Operação Franchising, em novembro de 2024, mostrou que o PCC replicava em Roraima o modelo usado em São Paulo.



