A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RR) deflagrou, nesta quinta-feira (2), a Operação Sucursal, com foco no desmantelamento da estrutura de tráfico de drogas mantida pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em Roraima. A ação tem como alvo o setor varejista do esquema, operado por gerentes da facção.
Segundo as investigações, os pontos de venda — chamados internamente de “lojinhas” — funcionavam em dezenas de locais do Estado, abastecendo diretamente usuários com crack, drogas sintéticas e a potente substância K9, apelidada de “droga zumbi”.
O modelo de atuação replicava o sistema de franquias de tráfico já consolidado em São Paulo. A prática foi descoberta durante a Operação Franchising, em novembro de 2024, e vinha sendo adotada pelo PCC em Roraima com rapidez.
Mesmo após a prisão de integrantes, os gerentes eram substituídos para manter o funcionamento dos pontos. Um exemplo disso foi a prisão em flagrante de um dos operadores com 14 celulares, que seriam entregues a novos gerentes. O material apreendido revelou o funcionamento interno da organização: prestação de contas, distribuição de entorpecentes por consignação e gerenciamento remoto dos lucros.
Ao todo, 17 gerentes da facção foram identificados nesta etapa da investigação. Eles respondem juntos por mais de 100 crimes, entre eles homicídios, estupros, roubos e corrupção de menores. Todos devem ser indiciados por tráfico, associação criminosa e outros delitos, com penas somadas que ultrapassam 30 anos de reclusão.
A FICCO é formada por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) e Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). A operação busca desestruturar o braço financeiro e logístico da facção em Roraima e atingir os responsáveis pela venda direta de drogas à população.