A procuradora-geral de Justiça de Roraima em exercício, Cleonice Andrigo Vieira, pediu a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, após o governador Antonio Denarium (PP) ser citado em investigação sobre o assassinato dos agricultores Jânio Bonfim de Souza e Flávia Guilarducci de Souza. O duplo homicídio ocorreu em 23 de abril, no município de Cantá, interior do Estado.
Um dos investigados, o capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, preso preventivamente, disse em interrogatório que ligou para o comandante-geral da PM, Miramilton Goiano, após o assassinato e teria sido instruído a trocar de celular e aguardar as investigações. Ele também relatou que Tiago Porto, irmão do investigado Caio Porto, teria se reunido, no Palácio do Governo, com Antonio Denarium, “solicitando para o caso ser resolvido diretamente com Tiago”.
O Ministério Público de Roraima (MPRR) abriu inquérito para investigar o envolvimento do militar, enviou os autos ao tribunal para dar prosseguimento em relação aos investigados pela execução do crime e quer, agora, uma manifestação da PGR sobre como dar andamento em função do foro por prerrogativa do governador.
“Quanto ao Exmo. Sr. Governador, o investigado narrou que houve, em tese, uma tentativa de intervir nas investigações, não tendo sido obtida qualquer outra informação a respeito”, diz o documento assinado nesta terça-feira (23).
“A aferição da idoneidade e da suficiência das informações estão colhidas, em observância do foro por prerrogativa do governador do Estado, compete unicamente ao Exmo. Senhor procurador-geral da República, que deve analisar a possibilidade de arquivamento ou instauração de inquérito, cuja legalidade deve ser supervisionada pelo Superior Tribunal de Justiça”, segue a procuradora em exercício, Cleonice Andrigo Vieira.
Com informações de Veja