Durante a 4ª reunião extraordinária do Conselho da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Condel/Sudam), ocorrida na semana passada, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, aprovou um ajuste no regulamento do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) para levar uma nova linha de transmissão energética a Roraima.
O secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares explica que o objetivo é igualar o tratamento entre os fundos de desenvolvimento e apoiar projetos importantes como o Linhão Manaus – Boa Vista, que está propondo uma operação de R$ 1,7 bilhão junto ao FDA, em complemento aos R$ 800 milhões do FNO contratados com o Banco da Amazônia, num total de R$ 3,5 bilhões.
“Um projeto que vai gerar 3,5 mil empregos diretos, com respeito aos povos indígenas originários, redução de emissões, mais segurança energética e um ambiente de negócios ainda mais dinâmico, inclusivo e sustentável para a Amazônia”, destacou o secretário. O projeto já está em análise na Sudam.
Boa Vista recebe energia elétrica por meio de um sistema de transmissão da interligação Brasil – Venezuela, cuja operação foi iniciada em 2001. No entanto, restrições no fluxo de energia e a precarização das condições técnicas do suprimento eletroenergético da Venezuela impactaram negativamente a qualidade do atendimento aos consumidores de Roraima.
Segundo informações do Ministério de Minas e Energia (MME), as quedas no abastecimento se agravaram a partir de 2015. Somente em 2018, houve 85 blecautes no sistema de Boa Vista. Essa situação foi prolongada ao longo de 2017 e culminou na completa interrupção de fornecimento de energia proveniente da Venezuela em 2019, tendo sido acionadas as usinas termelétricas, com capacidade de 400 MW (megawatt), para abastecimento de toda a carga de Roraima.
Para restabelecer os serviços, a concessionária Transnorte Energia S.A (TNE) iniciou tratativas em 2025, junto ao MME e ao Ministério da Defesa, a fim de viabilizar a autorização para iniciar estudos de implantação da linha de transmissão em 500 kV (quilovolts), interligando as subestações Engenheiro Lechuga (Manaus – MA), Equador (Rorainópolis – RR), e Boa Vista (Boa Vista – RR).
Com o apoio do MIDR e o reconhecimento da urgência do Estado, os recursos provenientes do FDA tornarão viável o atendimento da população roraimense.
