Roraima apresenta crescimento de casos de síndrome respiratória grave entre crianças e adolescentes, aponta Fiocruz
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registraram tendência de alta em Roraima com concentração em crianças de até 2 anos, e em crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, conforme informações divulgadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (5). Na maioria dos estados, o registro foi de queda ou estabilidade em todas as faixas etárias, com a exceção de São Paulo.
Boa Vista está entre as 7 das 27 capitais que apresentam crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a Semana Epidemiológica (SE) 48. Na capital roraimense, o sinal de aumento está concentrado nas crianças e adolescentes de até 14 anos em um padrão similar ao destacado no Estado.
“Os dados laboratoriais disponíveis até o momento em Roraima e São Paulo ainda não permitem identificar com clareza os vírus responsáveis por esse aumento. É provável que o crescimento de SRAG esteja sendo impulsionado por algum vírus que afeta principalmente crianças e adolescentes, como o rinovírus, VSR, adenovírus ou metapneumovírus”, observou a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella.
Para a população desses estados, ela recomenda alguns cuidados especiais, tais como uso de máscaras em locais fechados e dentro de postos de saúde. Como a maioria dos casos afeta a população infantil e adolescentes, Portella orienta que, diante de sintomas de síndrome gripal, os pais devem evitar levar às crianças para a escola.
“O ideal é que a criança fique em casa se recuperando e evitando transmitir esses vírus para outras crianças. Além disso, é importante que toda as pessoas sejam do grupo elegível, procurem os postos de vacinação”, destacou.
A pesquisadora ressaltou ainda que em crianças e adolescentes de até 14 anos, o rinovírus permanece como o principal vírus responsável pelos casos de SRAG, enquanto a covid-19 predomina entre os idosos.
“Contudo, as hospitalizações associadas a ambos os vírus estão em tendência de queda ou estabilidade na maior parte do país”, informou.
Capitais
Além de Bo Vista, outras 6 das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a Semana Epidemiológica (SE) 48: Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Vitória (ES).