Um levantamento conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) identificou mais de 100 pegadas fossilizadas de dinossauros na bacia sedimentar do rio Tacutu, em Bonfim, norte do Estado. O estudo, iniciado em 2011, indica a presença de quatro grupos: ornitópodes, saurópodes, terópodes e tireóforos.
As análises envolveram coleta em campo, registro fotográfico e criação de modelos tridimensionais por fotogrametria, técnica que permite detalhar o formato e a profundidade das marcas. Os modelos foram comparados com registros científicos internacionais para auxiliar na identificação dos grupos de dinossauros.
De acordo com o pesquisador Lucas Barros, “a estimativa é de mais de 100 pegadas, talvez algumas centenas, embora muitas estejam parcialmente preservadas”. Ele explica que a maioria das marcas foi identificada em lajedos e que algumas podem pertencer a dinossauros de grande porte.
Entre os registros, há pegadas que podem ter sido deixadas por dromeossaurídeos, grupo de terópodes do qual faz parte o Utahraptor, encontrado na América do Norte.
“Nós estimamos que os dinossauros daqui tinham proporções semelhantes às do Utahraptor, do mesmo grupo de dinossauros”, afirmou Barros.
As pegadas foram datadas entre 103 e 127 milhões de anos e estão preservadas em rochas da Formação Serra do Tucano. O estudo contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da UFRR e foi submetido à revista científica Cretaceous Research.
Para o geólogo Vladimir de Souza, responsável pela primeira descoberta, os vestígios comprovam que dinossauros habitaram a região amazônica.
“Vemos pegadas de herbívoros ao centro e, nas bordas, as dos raptores. É um indício de que esses animais conviviam aqui”, explicou.
Com informações de Aventuras na História



